Hipnoterapia

A Hipnoterapia na prática

As questões do paciente

 

No âmbito da consulta prévia, a que irá traçar a forma e as áreas a serem abordadas nas sessões subsequentes da terapia e de acordo com as questões levantadas, irão direccionar para uma terapia indutiva ou regressiva. Essas mesmas questões são classificadas de leves ou profundas.

 

Leves, quando há a necessidade de se trabalhar somente ao nível do subconsciente, (mente inferior) do paciente.

 

Profundas, quando se prevê estarem as causas originais alojadas no supraconsciente, (mente superior).

 

Nessa mesma consulta, serão feitos testes de hipnossensibilidade e outros, bem como todo o tipo de informação a dar ao paciente. Utilizo essa consulta também, para fazer uma mini sessão de relaxamento físico e psíquico no seu final.

 

Terapia indutiva

 

É a vertente da hipnoterapia que irá trabalhar terapêuticamente ao nível do subconsciente do paciente.

 

Terapia regressiva

 

É a que necessita de ir ao encontro dos acontecimentos traumáticos do passado, afim de diluir (esvaziar) as suas cargas emocionais e outras que estão influenciando negativamente o presente do paciente. Esses acontecimentos estão alojados a um nível mais profundo, no supraconsciente do paciente. Apesar de serem cargas psíquicas, podem estar já a desenvolverem sintomas somáticos.

 

Estados da hipnose – Alpha e Theta

 

Em qualquer vertente da hipnoterapia, trabalha-se com estados alterados da consciência, produzidos pela própria indução hipnótica. Classificando o seu grau de profundidade do mais leve para o mais profundo, ou seja do estado Alpha, leve, médio e profundo, passando-se ao estado Theta, leve, médio e profundo. 

 

Esta classificação é básica, pois existem outros estados intermédios e outros ainda mais profundos. Para esta nossa simples explicação, bastam estes seis níveis.

 

Níveis aconselháveis

 

Numa terapia indutiva (leve), basta que o paciente atinja o nível Alpha, para poder obter os respectivos benefícios terapêuticos e aos poucos os ir fixando.

 

Já numa terapia regressiva, acho mais lógico a necessidade de que seja atingido o estado Theta, visto estar-se a trabalhar com situações possivelmente, alojadas no supra consciente. Agora neste ponto, a experiência diz que muitas pessoas conseguem regredir ao nível do estado Alpha. E isso porquê ? Porque em certos casos, as suas cargas são de tal forma violentas e estão já tão á flor da pele que praticamente estão alojadas no consciente do paciente. 

 

A não ser o caso, é conveniente sempre o estado Theta, pois haverá muito menos “lixo” (dispersão figurativa) e é tudo mais limpo e nítido, beneficiando com isso a própria terapia.

 

A hipnossensibilidade do paciente

 

Para se obterem resultados positivos, através da hipnoterapia, é necessário que o paciente seja receptivo á hipnose. Consiga criar imagens mentais, visualizações e o correspondente relaxamento físico e psíquico. E podem crer que pessoas há que nem imaginar imagens conseguem, quanto mais criar visualizações estáveis.

 

O paciente e o aprofundamento psíquico

 

Cada pessoa é única em si e tem o seu próprio ritmo de aprofundamento. Umas mais rápido, outras mais lento. Isto admitindo que a pessoa é medianamente receptiva á hipnose. E a todas temos de tratar, não será ético só querermos tratar dos pacientes fáceis, por causa do tempo a despender.

 

Pode um paciente apresentar “bloqueios” que impeçam o decorrer normal da terapia. Temos que ter e dar tempo, arte e engenho para os ultrapassar, pois se esses bloqueios estão lá, por algum motivo é.

 

Acomodação do paciente

 

A Hipnoterapia quer na sua vertente indutiva ou regressiva, são terapias bastante morosas. A indutiva em número de sessões e a regressiva em tempo por sessão.

 

Está-se a tratar a nível psíquico, o que não é o mesmo que a nível físico. Existe a necessidade de criar um bom “raport” entre paciente e terapeuta. Cada pessoa tem o seu próprio ritmo de afundamento psíquico, como já disse. Logo, se houver a possibilidade de serem criadas as condições envolventes que mais confiança e segurança derem ao paciente, melhor e mais rápido ele atinge estados psíquicos favoráveis á terapia. Pois por isso, o sentir-se no seu próprio ambiente, facilita. 

 

É de facto, devido a essas condicionantes que prefiro tratar dos pacientes no seu próprio domicílio. Sendo no entanto conveniente que esteja mais alguém em casa, para assegurar o silêncio necessário.

 

Tempo das terapias

Para os colegas :

 

Neste ponto, peço desculpa aos colegas que possivelmente estejam a ler este artigo, pois o que vou afirmar, é prática.

 

Já tenho tido vários pacientes, vindos de outros terapeutas que junto dos quais não obtiveram quaisquer resultados. Saindo até de certa forma, frustrados das sessões.

 

Ora, uma pessoa que recorre a esta terapia, é porque teve indicação de alguém que obteve bons resultados, ou já está cansado em andar nas “convencionais”, sem qualquer resultado prático e pretende resolver de vez as suas questões. Também não quero de forma alguma, desmotivar os novos; esta terapia é de facto uma terapia de grandes resultados, mas para eles aparecerem, há que adoptar certas regras de conduta. Nunca um paciente deverá ter a sensação de que o terapeuta está a apressar a sessão, pelo motivo de ter mais compromissos, ou que o seu tempo já acabou. Pois essas é uma das grandes falhas da medicina psiquiátrica, além da sua incapacidade em certas áreas.

 

Para os interessados em geral:

 

Apesar dos testes de hipnossensibilidade efectuados a quando da consulta inicial, pode haver necessidade de serem utilizados equipamentos de luz e som, para que a pessoa atinja os níveis ideais para a terapia do seu caso.

 

Tempos das terapias :

 

Hipnoterapia Indutiva 30 minutos + 30 minutos se houver necessidade de equipamento.

 

Hipnoterapia Regressiva 1 a 2 horas + 40 minutos se com equipamento.

 

Agora se juntar-mos, 15 minutos de explicações preliminares, pois como facilmente compreenderá que não é chegar e entrar logo em terapia; + 15 minutos de preparação + 15 minutos de explicações finais, facilmente se chegará a uma conclusão do tempo global necessário.

 

Tudo o que vá abaixo destes tempos, é perfeitamente inadequado, pois o paciente precisa de sentir que está a ser escutado e tratado com atenção, sem quaisquer preocupações que não sejam os do seu próprio bem estar.

 

Pensemos um pouco, se a terapia fosse desenvolvida num local previamente destinado a esse fim. Com a preocupação da rentabilização do espaço.!!!

 

Não quero deixar de dizer ainda, na necessidade de descanso psíquico do terapeuta, 50% do tempo gasto na terapia, pois se assim não for, o paciente a seguir poderá ser envolvido em “situações” transmitidas (involuntariamente) pelo terapeuta, relativas ao paciente anterior. Pode parecer estranha esta afirmação, mas isso é uma possibilidade, pois basta que esse paciente (anterior), transporte consigo certos “complicadores”.

 

O ser Humano, é composto (grosso modo) de três partes distintas: corpo físico, mente e espírito. Logo uma parte física e duas não físicas. E não esqueçamos de que estamos a trabalhar nas partes não físicas, embora elas possam ter implicações somáticas.

 
A condução de uma terapia deste tipo, tem o seu princípio, meio e fim e para isso, não poderá haver preocupações temporais. Obviamente que haverá questões a serem passadas para as próximas terapias, mas como já disse, dentro de uma terapia, ela tem o seu arranque, percurso e fecho correcto.