Condições

O paciente indeciso e a sua dificuldade de escolha

 

 Na psiquiatria, só existem exames clínicos, direccionados ao despiste de qualquer anomalia cerebral e analises com vista a serem detectados qualquer desregulamento de líquidos, etc.

No caso de “doença” ou perturbação mental, não existe qualquer tipo de exame clínico que as apoiem. É tudo baseado nas queixas e comportamentos do paciente. Logo, toda ou qualquer carga química está dirigida aos sintomas e nunca á causas que os originam. 

Por isso é que existe uma separação de nome, doenças mentais e doenças cerebrais. As doenças cerebrais são físicas as mentais, não. 

A acção da psiquiatria numa “doença” mental, é e sempre será de paliativa e nunca curativa. 

Não quero que pensem que sou contra a psiquiatria, nada disso, sou é contra as ideias enraizadas de que a psiquiatria cura as doenças mentais, nada mais. Podem funcionar numa leve “depressão” – todavia há depressões e “depressões”. .. Uma depressão  pode esconder outras patologias.

Agora se alguém se quer curar (digo curar e não esconder) uma questão mental, tem de procurar outras vias e as outras vias estão na medicina alternativa. 

Mas aqui é que reside o paradoxo, (o querer curar-se)” !!! 

Conscientemente quase todos se querem curar, mas ao nível do seu subconsciente (que é mais forte), algo os trava, os bloqueia, a não fazerem essa escolha. Pode-se então dizer que não estão preparados psiquicamente, para aceitarem uma cura a esse nível. 

Mas porquê? !!! 

Avanço aqui com uma breve explicação, baseada nos meus longos anos de prática nesta área. 

É a própria perturbação que origina esse bloqueio que condiciona o livre arbítrio da escolha, logo, o paciente não consegue decidir conscientemente e com lógica.

Algo que para uma pessoa normal será no mínimo considerada uma atitude “aberrante” ou “bizarra”, mas é isso mesmo que acontece em certos casos. 

O paciente está condicionado pelo próprio “querer” da questão mental, pois ela exerce domínio na parte mais forte que é o seu subconsciente. Que é onde os procedimentos (químicos e outros) da medicina convencional (psiquiatria) não conseguem atingir.

 

Parecendo fácil a decisão de alguém querer-se curar das suas perturbações, é uma escolha ás vezes complexa e aqui é que está o tal paradoxo que vos falei.

 

Depende da força e do controle que o paciente possa ter sobre a sua parte mental … infelizmente, essa simples e lógica decisão, muitas vezes está condicionada pela própria causa  que não deixa o paciente decidir conscientemente, o bloqueia e o trava, ou seja, está a condicionar o seu livre arbítrio, como já o disse.

 

Noutras vezes é ao contrário … torna-se curioso e até engraçado, mas de facto não tem graça nenhuma.

 

Vou-vos explicar como esta última situação acontece, pois já me tem acontecido ter pacientes assim.

 

Tudo se baseia a quando do momento em que determinada pessoa me contacta e o seu estado emocional desse preciso momento.

 

Não esquecer que se está a lidar com pessoas que têm diferentes estados de personalidade (ou humores), se assim o quiserem.

 

Um exemplo:

 

Um paciente que cuja personalidade (original) seja céptica, com dogmas, crenças e medos  enraizados no seu subconsciente.

 

Estando no seu estado natural (personalidade original) não me contacta, obvio.

 

Estando com a sua subpersonalidade activa, (desde que essa subpersonalidade queira ser ajudada) no controle da sua mente, até pesquisa em busca de soluções … Nesta fase, contacta-me e está receptivo a ser ajudado. Se tenho a sorte de o apanhar nessa fase, em que a sua subpersonalidade está activa “a que quer ser ajudada”, explico e ele aceita e compreende as minhas explicações, ficando assim criadas expectativas para uma futura ajuda.

 

Ora, nesse primeiro contacto, é efectuada a 1ª consulta de triagem, para o devido enquadramento das suas questões, as quais considero ou não, estarem inseridas no âmbito de uma questão dissociativa e se o estiverem, dará lugar a uma 2ª consulta que neste caso designo como de admissão que compreende testes de comunicação com as suas causas originais.

 

Aqui se consegue comunicar com elas e correndo bem, fica-se assim na expectativa da sua resolução. É então marcado o inicio das terapias propriamente ditas.

 

O paciente volta ao seu estado normal, á sua personalidade original, a tal que é céptica e com dogmas, desmarca a terapia. Quando a sua subpersonalidade volta ao comando da sua mente  pede desculpa e volta a marcar.

 

Podem querer que andamos nisto, no marca, desmarca e volta a marcar … um paradoxo não é ?

 

O grande problema com este tipo de pacientes  é de risco elevado, pois o que o perturba e interfere na sua mente, pode-se revoltar contra ele devido á sua indecisão consciente e até criar situações terminais que infelizmente não são casos raros.